Brincando, correndo de cá para lá e de lá para cá
Suas mães gritando Zelando por suas vidas
Cuidado Menino!
Cuidado Menina!
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Imagino Musas sob o sol, ou
Com seus corpos a transpassar as ondas
E no final da tarde, com as águas mais calmas e
O sol baixinho no céu já indo embora,
como se mergulhasse no imenso azul do mar.
Eu imagino...
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Em dias de Chuva,
Vejo-me correndo na rua
O aguaceiro despencando sobre minha cabeça
E correndo em fio pelo corpo inteiro.
Ouço os murmúrios das moças galegas,
com água nas canelas secas - ai ui
Ouço a chuva
Parece música
Nos dias frios
Quando ouço dizer: está nublado
Penso sobre o que é nublado
Afinal, não percebo bem o efeito das nuvens.
Percebo o calor do sol,
O geladinho da chuva,
Posso tocar as flores e sentir seu perfume
Mas e as nuvens?
Pego-me então a imaginar cores.
Tons não muito claros,
Não muito escuros
Tons cinzentos que trago na memória dos tempos de infância
Mas não me lembro das nuvens, fico confuso!
Ah, o barulho do trem...
Ouço agora o barulho do trem, que aguardava
...
Em meio a outros tantos ruídos
dessa paisagem sonora que me envolve agora,
percebo um diálogo que discorre num incrédulo
e monocromático olhar sobre o mundo.
Meus pensamentos haviam, então, sido interrompidos.
Eram vozes femininas,
falavam em tom frio e pessimista sobre um mundo que, pelas palavras, pareceu-me opaco, diverso ao modo que eu estava acostumado a imaginar.
Ao som de palavrões, que uma mais exaltada berrava,
Outra, dizia-se iludida, coisas de amor quando não dá certo, quando o coração faz a escolha errada. Contudo, justificava ser essa ilusão, a de que um amor impossível daria certo, o que a mantinha viva.
A amiga ainda exaltada, sem prestar muita atenção ao que a outra dizia, praguejava o maquinista, o trem, os passageiros e reclamava do tempo nublado.
O que fez com que retomasse meus pensamentos...
Pensei que possivelmente esse meu mundo que imagino do escuro, talvez seja muito mais colorido do que, de fato, é o mundo que nos cerca.
Nesse mundo, o real, que talvez seja cão e atordoado pela presença do homem mau
A imaginação como aliada talvez seja saída para a crueza da realidade que nos cerca. Mas sem fechar os olhos, antes abrindo-os bem para assim como eu, um cego, ter coragem para que ainda de lá de dentro do túnel, poder enxergar alguma luz.
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Já chegou minha estação.
Daniel Oliveira
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